quinta-feira, 8 de julho de 2010

Puro coração

Eu hoje pela manhã vindo à minha labuta diária me deparo com uma cena que chamou muito a atenção. Eis a cena:

-Na calçada estava passando um homem que seria considerado pela nossa sociedade como um "louco" ou bêbado, não tive tempo para saber qual dos dois eram, gesticulando e falando "sozinho". Até aí nada de mais, porém fiquei muito feliz quando percebi que ele era um líder, um líder de seu bando, haviam três cachorros lhe seguindo, andando atrás dele e mostrando respeito e afeto.

Ao contrário de que alguns podem pensar, ele não oferecia comida, oferecia apenas seu coração e atenção à eles.

Me surpreende a pureza do coração de um animal.

Precisamos nos elevar ao nível dos animais, ainda estamos abaixo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Lagartos

Segue um trecho do livro "Até mais e obrigado pelos peixes" de Douglas Adams:



- Eu venho em paz - anunciou ele, acrescentando após um longo momento de esforço
adicional - levem-me ao seu lagarto.
Ford Prefect, é claro, tinha uma explicação para aquilo tudo, enquanto assistia com Arthur
às repetidas reportagens frenéticas na televisão que, por sinal, não tinham nada a dizer, além de
anunciar que a coisa tinha causado um prejuízo tal, avaliado em tantos bilhões de libras e que
tinha matado aquele outro número completamente diferente de pessoas, e depois repetiam tudo
novamente, porque o robô, desde então, estava prostrado, balançando levemente o corpo e
emitindo pequenas mensagens de erro incompreensíveis.
- Ele vem de uma democracia muito antiga, sabe...
- Você está querendo dizer que ele vem de um mundo de lagartos?
- Não - respondeu Ford que, àquelas alturas, já estava um pouco mais racional e coerente
do que antes, tendo finalmente sido forçado a tomar uma xícara de café -, nada tão trivial. Nada
assim tipo isso tão compreensível. No mundo dele, as pessoas são pessoas. Os líderes é que são
lagartos. As pessoas odeiam os lagartos e os lagartos governam as pessoas.
- Ué - comentou Arthur -, achei que você tinha tido que era uma democracia.
- Eu disse - afirmou Ford. - E é.
- Então - quis saber Arthur, torcendo para não soar ridiculamente estúpido -, por que as
pessoas não se livram dos lagartos?
- Isso sinceramente nunca passou pela cabeça delas - disse Ford. - Como elas têm direito
de voto, acabam supondo que o governo que elegeram é mais ou menos parecido com o
governo que querem.
- Quer dizer que eles realmente votam nos lagartos?
- Ah, sim - disse Ford, dando de ombros -, é claro.
- Mas - perguntou Arthur, sem medo de ser feliz - por quê?
- Porque, se deixam de votar em um lagarto - explicou Ford -, o lagarto errado pode
assumir o poder. Você tem gim?



Adoro metáforas como esta. É uma pena que há pessoas que não as entendem.