terça-feira, 12 de maio de 2020

Impronunciáveis

Com o grito do olhar, ensurdecedor silêncio apático.
A expressão gesticulada imóvel, transborda uma alma vazia.
Do imenso amor vasto, que clama não ser ouvido.
Vem com o excesso de falta do que não falar.
Expressiva ternura muda, em um olhar tagarelante.
Joga o jogo de palavras, como mensagens mescladas.
Tatuado na retina, anseios opostos.
Amodarçado, um refém não resgatado.
Segue a complexidade do inevitavelmente simples.
De sentimentos, impronunciáveis.

sábado, 5 de agosto de 2017

Isso

Indignado eu fico.
chateadíssimo disso,
sou impulsivo, inconclusivo.

Mundo liso, não me alisto,
nem participo ou me complico.
sai, me afaste disto.

Eu evito, não me explico.
não confunda que sou omisso,
pois a essência, não modifico.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A segurança platônica

A segurança é um sentimento platônico. Muitos almejam alcançar, mas quando a alcançam logo chegam os sentimentos de tédio, irritação e depressão. Então aquela ideia de conforto passa a ficar cada vez mais distante.

O casal sem paixão, o emprego insuportável, a montanha russa sem velocidade.
De repente você já não espera nada de diferente e se vê angustiado, olhando para o relógio esperando as 18:00h chegar, esperando sexta feira chegar, ansioso para o fim do mês passar e o ano novo voar. Num piscar de olhos passaram-se décadas e você esperando o amanhã chegar, o mesmo amanhã que nunca vai chegar.

A segurança é previsível. A previsibilidade é chata, entediante, velha e rabugenta.

A insegurança, em determinadas doses é o que motiva as pessoas, proporciona emoção ou torna as pessoa mais motivadas para alcançar determinados objetivos.
Pense bem, por que quando você se apaixona é tão bom? Aquele sentimento de conquistar a pessoa amada.
Por que aquele(a) empreendedor(a) se tornou tão importante para o mundo? Aquele medo de saber que não há caminho de volta.
Por que você rende tanto nos primeiros meses de um novo emprego? Aquela vontade de aprender e mostrar o quanto é capaz.

A insegurança, que gera o medo, que floresce a coragem, que explode em emoção, que satisfaz com as novas conquistas, que gera novidades, que te move.

Quando ouço alguém falando que busca um vida 'segura', paro e penso....

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Construção

Penso, que tontas paixões.
Velho assunto do coração, sempre cai, estradas sem chão.
Você ri, me sinto bobo, tão piegas.
Sigo no exílio, nessa suspensão da razão.

Penso, encabulado, tão piegas.
Velho assunto do coração, se esvai, suspensão da razão.
Você ri, me sinto louco, estradas sem chão.
Sigo no exílio, nessas tontas paixões.

Penso encabulado e sinto, estradas sem chão.
Velho assunto do coração, que nos trai, que tontas paixões.
Você ri, me sinto tonto, suspensão da razão.
Sigo no exílio, dessa pieguice.

Encabulado penso e sinto, atordoado, suspensão da razão.
Velho assunto do coração, que vem e vai, tão piegas.
Você ri, me sinto tolo, que tontas paixões.
Sigo no exílio, nessa estrada sem chão.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Pequeno Mundo

Minha mente voa e meus pés a me segurar.
Constante conflito, que luta a batalhar.
Com as pernas, o mundo quero abraçar,
e com meu coração, lugares quero beijar.
Como uma peça a quebrar, sinto que vou despedaçar.
Cansei de cansar, quero fadigar de andar.
Embebedar, berrar, chorar ou me envergonhar,
que venha a enchente de emoções, não ligo se transbordar.
Sou apenas um menino ingênuo, com pequeno mundo a ansiar.

sábado, 4 de junho de 2016

Beberei


Palavras,
jogo de palavras.
Jogo as palavras,
misturadas,
de novo.
Palavra jogadas.
Leia tudo diretamente sem vírgulas sem pausa para respirar rápido rápido de novo.
Pare!
Respire.
Leia cada l-e-t-r-a.


Hmm...

Ar!
Ar! Ar! Ar!
Preciso de ar!
E água! Joga água!

Aguardente,
quente.
Fogo.

Fogo! Fogo!
Joga palavras...
Digo, água!
Não!

Para o parapente paralelepípedo o para.

Beba!
Beba a água ardente,
fervente.
Ah! Dor!
Beba a dor,
pega o babador para o bêbado que bebe igual ao bebê.

Para.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O espelho da alma

Fonte

Entre a dor e o prazer
Operamos em seu limiar
Torturados pelo não fazer
Aceitam a vida limitar

Eternos escravos de uma ilusão
A procura de correntes a quebrar
Como amantes, apegados ao padrão
Freiados pelo medo de errar

Ignorantes, invejáveis os abençoados
Assim como virgens, intocados pela clareza
Desconhecedores do pior dos pecados
O desejo pela vida, a pior tristeza

E nesses versos, que cansei de rimar
Não há respostas a gritar
Abra a janela e aceite meu olhar
Que anceia nele, um mundo a vagar