quinta-feira, 16 de abril de 2015

Alma

        Daquele espelho ofuscado, procuro pelas palavras e imagens rabiscadas.
O brilho se esvaiu, o barco partiu. Não vejo mais o fogo ardente, apenas
o iceberg em rota de colisão com o vazio inundado de nada, na grande
vastidão infinita limitada pelo desconhecido. Que perambula pelas margens
do conhecido conflito esquizofrênico pessoal.
O olhar vazio explicita a ausência da alma, descompartilhada e inerte
pelo zero absoluto, afetado pelo luto, da morte causada pela luta entre
nada e o inexistente.
A brasa fria, o sol inofensivo, o incêndio sem dor ou o fogo sem calor.