quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Palavras

Inútil, imprestável, insegurança.

Falo o que quero, ouço o que não quero.
Falo o que não querem, ouço o que não quero.
Fico mudo, ouço o que não quero.

Desprezo.

A métrica da palavra. O preço da palavra.
Quanto ela vale? Porque não medi-la?

Desacato.

Você não é bom o suficiente. Sempre há alguém melhor.
Suas produções, desprezadas!
Insegurança, insegurança. Não seja o primeiro.

Existência.

O que faço aqui? Exclua-me! EXCLUA-ME!
Não quero participar. Não seja cruel.
Não espanque e destroce meu ego.
Não o faça virar migalhas que não possa ser recolhidas.

Hipocrisia.

Venha com este sorriso cínico.
Peça-me coisas que você não faria.
Iluda-me dizendo que sou privilegiado.
Diga-me que gostaria de esta no meu lugar. Há!

Indiferença.

Aja com indiferença. Naturalidade.
Afinal, estou sendo pago para me apagar.
Use-me como uma prostituta, pagando terá o direito de usar como quiser.
Não reaja! Programe-se. Afinal somos desprovidos de sentimentos.

É complicado quando realizamos algo de coração.
Dedicação e paixão aplicadas.
E como resultado obtemos apenas a Indiferença, Hipocrisia, Desprezo e o Desacato.

sábado, 13 de setembro de 2008

Run Forrest!

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, poderia acreditar que a vida é simples, como uma caixa de chocolates. Onde todo mundo é ingênuo e o mau não se multiplica. Onde uma vida tranqüila no campo é suficiente e luxuria e ostentação não são necessários.

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, poderia esperar por seu amor a vida inteira, dedicando-se inteiramente ao amor e apenas esperar reciprocidade como recompensa.

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, acabaria se dando tão bem no exercito tão rapidamente.

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, seria tão sincero a ponto de fazer todas as pessoas acharem que fosse o maior mentiroso.

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, agarraria seus sonhos tão firmemente que nunca fracassara. Acreditando e seguindo em frente até o fim, até o ponto em que não tivesse mais sentido.

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, para não se importar com os julgamentos alheios. Somente importando-se com o julgamento das pessoas que significavam muito para ele.

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, que não se importava com trabalho a ser feito, faz da melhor forma possível, da forma perfeita se possível, de coração.

Só mesmo alguém com algum tipo de deficiência mental, em acreditar tão cegamente no amor como combustível para a vida.

Começo a confundir sobre quem estou falando.
Quem dera todos terem um pouco desta "deficiência mental".

(Inspirado no Filme: Forrest Gump / 1994)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Conhecimento Financiado

Essas últimas semanas fiquei refletindo sobre os grandes “gênios” da ciência que fazem parte da nossa historia, como Albert Einstein, Isaac Newton, etc. Naquela época acredito que os recursos eram extremamente limitados (financeiramente e em termos de conhecimentos). E mesmo dentro destas grandes limitações, usufruímos suas descobertas e invenções até hoje, inclusive, ainda nos auxiliam para novas descobertas.

Porque não temos mais grandes cientistas como estes surgindo nas ultimas décadas? Talvez porque existem milhares de novos cientistas como eles nos dias de hoje e não passam de meros empregados de empresas vendendo seus conhecimentos para um poder maior. Claro! Quem sou para julgar? Provavelmente faria o mesmo, infelizmente.

Porém acredito que a resposta seja outra. Acredito que o porquê seja que agora se financia conhecimento de acordo com interesses egoístas. O estudo da ciência segue uma linha em que quem está financiando a traça, seja financiamento privado ou público. Não dando margem as estes novos cientistas.

Nos séculos passados, os nobres financiavam estes cientistas, sem grandes ganâncias, isso quando não se auto-financiavam numa época que isto ainda era possível. Eram pessoas que estavam imunes ao condicionamento que o mundo impunha e estavam dispostas a abrir mão da luxuria.

A grande questão é que o conhecimento caminha “de acordo” com o financiamento e não “apesar de”. Quando o assunto é financiamento privado as coisas são ainda piores, sendo que a partir do momento que o órgão privado detêm este conhecimento, tem a livre liberdade de fazer o que bem entende. Quando se trata de conhecimentos “supérfluos” como inovações automotivas, OK! Mas quando se trata de conhecimentos de interesse humanitários? Como vacinas, inovações cirúrgicas, biomecânica, etc. Este conhecimento é direito de quem? É certo privar o direto à vida ou à qualidade de vida das pessoas por interesses privados?

Ou seja, o conhecimento é adquirido através de financiamentos, controlados, a partir de interesses gananciosos. O quão limitado e presos a uma regra estamos?