sexta-feira, 23 de abril de 2010

Invisível

Hoje tive o desprazer de ir para o centro a pé e reparei algumas coisas.

É impressionante como as pessoas são individuais, todas andando com a cara amarrada e emburradas.

Não possuem o mínimo de gentileza no olhar, nas atitudes, nada, nada, nada.


Eu me desviava das pessoas como se fosse um rebanho de touros vindo em minha direção.

Desvia ali, desvia aqui, levanta o guarda chuva, abaixa guarda chuva, pára ou corre. Como se eu fosse invisível.


Eis que penso em falar para meu amigo (http://ismaelkafeltz.blogspot.com/) que estava me acompanhando: "Vou fazer um teste, vou deixar guarda chuva parado sem desviar para ver quanto tempo leva alguém esbarrar."


Pois bem, comecei a falar "Vou fazer um teste, vou ...." e pronto, bateram! Nem tempo para terminar a frase.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Hospedeiros

Às vezes procuro sentir dor, machucar-me, terapia de uma tatuagem ou de um piercing.

Por que tanta gente gosta de sentir este tipo de dor também?

Por que tanta gente arrisca suas vidas em esportes radicais? Sentir a adrenalina do corpo ao máximo, enfrentar o medo e ir contra os instintos do corpo humano?



Para mim, pelo menos, é para saber o que é real nessa vida, acordar desse corpo robótico, saber que estou vivo e que sinto ainda alguma coisa. Acordar um pouco, a base do tratamento de choque.



Não se trata de masoquismo, é apenas essa rotina fútil e medíocre que nos faz afundar, apagar e nos esquecer no fundo de nossos corpos.



De repente nos tornamos apenas hospedeiros de nossos corpos, brigando para obter o controle dele novamente.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A Salvação


Sábado passado (10/04/2010) abri uma exceção e fui a uma cerimônia rápida de casamento católico.

Casamento de meu primo, então não iria fazer desfeita e fui.



Novamente tive aqueles "lapsos" de olhar o que ocorria ao meu redor.

Toda aquelas ovelhas, aqueles pastor, todo fazendo "méééééé" tipo cabritos.



Dentro todos os absurdos e hipocrisias que ouvi do início ao fim a que mais me chamou atenção foi um daqueles textos em que vai uma pessoa lá da frente e no final todos repetem "Palavras da salvação. -Graças a Deus".



Eis o resumo do texto:

-O homem e a mulher é uma só carne. O homem é a CABEÇA da mulher.

Em uma relação é o homem que deve tomar as decisões e a mulher deve respeitá-lo.

O homem deve amar sua mulher e sua mulher deve respeitá-lo (porque amar vem depois).



Em resumo era mais ou menos isso, um discurso puramente machista e hipócrita.

Um discurso inaceitável nos padrões de nossa sociedade atual.

Mas ao invés de questionarmos e mudarmos o errado o que as ovelhas fazem? -Amém!



Por favor, se for essa a tal "salvação" não se esqueçam de me deixar de fora.

Pelo o amor do próprio Deus.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Onipresente

Sou eu que pago minhas contas.

Sou eu que ouço minhas loucuras.

Sou eu que faço meus trabalhos.

Sou eu que resolvo meus problemas

Sou eu que decido meu futuro.

Sou eu que passo vergonha.

Sou eu que tomo atitudes.

Sou eu que vibro com vitórias.

Sou eu que me aborreço.

Sou eu que tenho que me virar.

Sou eu que mantenho minhas amizades.

Sou eu que sofro as conseqüências.

Sou eu que controlo meu extrato.

Sou eu que trabalho.

Sou eu que estudo.

Sou eu que enfrento problemas familiares.

Sou eu que enfrento problemas amorosos.

Sou eu que cuido do bicho de estimação.

Sou eu que planejo meus objetivos.

Sou eu que “quebro” a cara.


Eu também sou milhões de "eus".

E porque pra tanta gente para nascer eu nasci eu?


Baseado na musica "Eus" (Baia).

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Água gelada

Esta água esta tão gelada.
Parece uma água sem vida e sem desejos.
Qualquer um pode tocá-la, mas ninguém a quer.
Ó água gelada não fiques triste.

Está água não tem vontade de se mexer.
Ela está quase congelando, virando sólida.
Impenetrável como rocha.
Fria e sem graça como rocha.

Ela o expulsa, ela pode matar.
Ignorada de sua existência.
Esta é uma água morta.